Vou tentar supor suas reuniões típicas:
Você compartilha algo, alguém traz um ponto de vista, você rebate, ela devolve, a mesa de ping pong chega e lá vamos nós pra 60 minutos de vai e volta; acertei?
Nesse cenário, alguém cede em algum momento e não chegamos a uma decisão, e sim a uma desistência. A decisão foi tomada porque um lado abriu mão. E não precisa ser assim.
Sinto que praticamente todas as reuniões que participei recentemente têm sido muito produtivas. Fiquei com isso na cabeça, tentando encontrar o porquê e encontrei um ponto em comum: elas são focadas na decisão, não na discussão.
Isso quer dizer que, na prática, estamos nos preocupando mais com “o que vamos fazer?” do que com quem está ou não com a razão.
É claro que, pra decidir, é preciso discutir — conversar, não ofender familiares —, mas é comum a discussão só gerar mais discussão e, quando nos damos conta, faltam 5 minutos pra encerrar, não temos ideia do que fazer e o ranço pelo “outro lado” já foi instaurado.
Compartilhar pontos de vista enriquece o debate, mas deve ser feito de forma consciente:
Faz sentido aprofundar em detalhezinho que alguém falou?
Você vai retrucar pra invalidar ou acrescentar num ponto de vista?
Você tem contexto e evidências o suficiente para trazer?
Já falamos aqui sobre como ter sua voz ouvida e deixar claro o objetivo do papo logo de início. Porém, pra antes dos papos, acredito que se preparar ajuda muito a não “morder a isca”.
Antes de fazer um exame, recebemos instruções de preparação: ficar em jejum, ir com roupas confortáveis, etc — precisamos de preparo também para conversas: Foco em decidir, não em discutir.
Nosso papel é participar, influenciar e decidir também, e pra isso, precisamos ter a nossa visão. Deixe claro pras pessoas o lado positivo e negativo das alternativas que podemos seguir e entrem em acordo em conjunto em vez de tentar forçar a sua opinião. Ela é válida, mas (me perdoe por isso), designers não sabem tudo.