O que o Figma planeja para designers?
Como foi o evento do Shipped Figma na América Latina.
O evento do Figma na América Latina rolou, e uma frase polêmica quase passou em branco. O que o Figma declarou que quer como produto? E como isso impacta designers daqui pra frente?
O Figma chegou de vez ao Brasil e não só aqui; na América Latina como um todo.
O evento Shipped Figma na América Latina contou com o próprio VP de Design do Figma, Noah Levin e presença de mais diretores como Ellen Kiss do Nubank e Fabricio Dore do Itaú, além da nossa hermana Aixa Aztarbe, UX expert do Mercado Libre.
Conduzindo o evento tivemos Débora (Deb) Mioranzza — que chefia as operações do Figma no LATAM — e a querida Mari Piacesi, fundadora do VagasUX e líder do Friend of Figma (FoF) de São Paulo.
Falando como Frota, pessoa física: o evento foi incrível. Organização e estrutura absurda, serviços excelentes, papos e iniciativas relevantes, comidas deliciosas (importante) e mensagens inspiradoras. Foi ótimo poder (re)ver e conhecer pessoalmente tanta gente que admiro.
Como Frota, designer, houve três mensagens principais que preciso comentar.
1. Community-driven
Apesar de ser uma ferramenta de design para designers (e mais), Figma se posicionou não como uma empresa design-driven e sim community-driven.
Isso é bem coerente. Desde sempre o Figma ouve seus usuários tanto nas redes sociais quanto em fóruns (antigo spectrum.chat), até criar seu próprio fórum que dava voz imensa a comunidade, chegando até mesmo a direcionar backlogs e influenciar decisões. Além dos Friends of Figma em diversas regiões do mundo, e claro, os eventos.
2. Nada grande é feito sozinho
Noah deixou claro que o comprometimento e a colaboração são core da empresa, também, desde o início.
O Figma já nasceu colaborativo e democrático: no navegador para todos os sistemas e com múltipla colaboração instantânea — funcionalidade que outras ferramentas só foram aderir anos depois.
E, a polêmica…
3. Somos todos makers
Figma tem um objetivo claro: diminuir o tempo entre a ideia e o produto.
Quando criar algo se torna tão simples, a distinção de papéis (PM, Designer e Engenharia) passa a se mesclar, e nos tornamos todos criadores.
Tanto é que o Figma lançou um arsenal de novas ferramentas nos últimos tempos que vão justamente nessa linha (ex: Sites, Make). O ponto então é:
Em um mundo onde criar (make) é tão simples e fácil, somos todos criadores (makers).
Se todos podemos ser makers, como fica o papel de designers?
Possíveis (novos?) chapéus
Mesmo que a execução — o meio — fique mais rápido, não quer dizer que não importa.
Não é porque podemos criar rápido que devemos criar rápido. Isso só ficou mais possível.
Pré-make
Olhar atento, cuidado e principalmente preocupação com as decisões aqui vão ser ainda mais essenciais. Com mais tempo poupado na execução, deveríamos colocar mais energia no planejamento, no pré.
Pós-make
O mesmo é válido para o pós: se criar vai se tornar tão rápido, em teoria, deveríamos ter mais tempo para a auditoria, o refinamento e a lapidação. Detalhes deveriam ser mais valorizados.
Codesigners
Ainda precisaremos ser facilitadores, orquestradores (ou bateristas), pensadores e críticos e guardiões.
A diferença agora é que teremos mais pessoas fazendo parte do jogo de forma tangível. Teremos um exército de codesigners — como diria Andrei Gurgel.
Será que designers voltarão a ser lembrados por aquilo que nos definem: criativos? Iremos para um papel de zeladores? Ou você vê de alguma outra forma? Me conta!
Clicou
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Pra viagem
Leve com você nessa semana.
Apple, Google, Airbnb estão jogando na nossa cara que o foco é despertar emoções — e
deixa isso claro nessa reflexão.Como designers, será que esse não sempre foi nosso objetivo? O que nos impediu? Por que empresas estão conseguindo isso agora? E como podemos fazer o mesmo?
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“Não é porque podemos criar rápido que devemos criar rápido” aqui sintetizou tudo! 👏👏👏
🙃🙌