Se tornando 'influencer' para conseguir uma vaga
Será que é realmente um bom caminho?
Antes é bom fazer uma ressalva: esse texto não é uma crítica a quem faz essa abordagem; é uma reflexão ou até mesmo uma curiosidade sincera.
Existe um fenômeno acontecendo:
Profissionais (independente da área) em busca de recolocação profissional que começam a criar conteúdo em redes sociais, geralmente o LinkedIn, em busca de mais visibilidade e oportunidades de emprego.
Ao nível de engajamento, vejo que essa abordagem — quando consistente e frequente — tem um bom resultado em algumas frentes:
Posts acabam recebendo bastante curtidas, comentários e compartilhamentos
Perfil começa a ter bastante visibilidade por diversos tipos de profissionais
A pessoa acaba ganhando “autoridade” por estar sempre comentando sobre o assunto
Aqui também vale separar os grupos. Há pessoas que usam essa estratégia:
Para se tornarem criadoras (creators), apenas compartilhar conteúdo ou por serem empreendedoras, e
Para conseguirem uma vaga de emprego.
Minha curiosidade está no segundo grupo:
Será que essas pessoas conseguem atingir esse objetivo? Conseguem saber se foi pela visibilidade da criação ou algo natural/orgânico?
Empresas tem segurança de contratar pessoas criadoras de conteúdo?
Como pessoas recrutadoras veem esses profissionais? O quanto isso se confunde com empreendedorismo?
Recrutadores evitam fazer propostas por conta dessa alta visibilidade?
Será que há uma visão de que “mais autoridade = mais cara”?
O quanto quem segue essa abordagem tem consciência da própria estratégia; e o quanto fazem por influência de profissionais já consolidados?
Será que essa estratégia vale mesmo a pena? Dá resultado? Quais as consequências negativas? Depende do conteúdo?
Sei que é uma discussão mais complexa e que em momentos de crise, qualquer movimento acaba parecendo o movimento certo, mas o que você pensa disso? Vale a pena tentar se tornar “influencer” pra conseguir uma vaga de emprego?
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Se for ver um link essa semana, veja esse.
Às vezes, olhar pras soluções já existentes em vez de iluminar, limita. Como Christopher Butler diz:
“A mágica acontece não apenas no que escolhemos ver, mas no que deliberadamente escolhemos não ver.”
Good design comes from looking, great design comes from looking away
Pra viagem
Leve com você nessa semana.
“Ao cuidar dos pequenos problemas, o ambiente muda. E, quando o ambiente muda, o comportamento das pessoas também muda.”
Quais pequenos problema você (e todo mundo) sabe que existem — textos mal escritos, botões desalinhados, ícones inconsistentes — que podem ser ajustados pra fazer as pessoas se comprometerem com a qualidade?
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Eu acho essa discussão sobre influência muito relevante, porque esse fenômeno é cada vez mais comum. Às vezes me pego pensando que, se o seu objetivo é muito pessoal, como conseguir um emprego, quando você o alcança, o projeto deixa de fazer sentido. Afinal, o objetivo foi atingido.
Então, criar conteúdo é apenas uma engrenagem na sua máquina? Não existe um prazer pessoal em contribuir com a comunidade? Os conteúdos são importantes para gerar reflexões ou servem apenas para alimentar um pipeline?
Não tenho uma opinião formada se sou contra ou a favor, mas, nestes anos produzindo conteúdo, uma coisa ficou evidente para mim: se o seu objetivo é de curto prazo, existem formas bem mais eficientes de alcançar o mesmo resultado com muito menos esforço.
NUNCA soube me promover, isso é um problema quanto profissional, porém acho que essa autoridade construida é mais eficaz com quem tá no seu dia a dia