52 / 3 coisas que eu faria diferente na carreira como Designer
Quem nunca se arrependeu de nada não pensou o bastante.
Em 2024 faz dez anos que estou atuando em Design.
Aproveitei pra refletir na carreira e pensei nas coisas que teria feito diferente e quis compartilhar.
1. Eu não teria buscado tanto por mentoria
Eu comecei no Design Gráfico e o processo era mais solitário e criativo. Tínhamos muitos tutoriais no YouTube e um bom foco na aplicação de conhecimentos técnicos. Tudo isso me dava uma sensação clara do que era uma execução “certa” ou “errada”.
Quando fui pra UX, senti que os processos eram mais colaborativos e metódicos. O que sempre me deixou perdido: “É isso mesmo? Tô fazendo certo?”
Isso me gerou uma necessidade enorme de ter uma pessoa que me mentorasse. Parei de estudar e foquei na busca de um mentor quase que hollywoodiano:
Uma pessoa sábia que dedicasse seu tempo a me acompanhar e ajudar na minha evolução.
Eu sentia que só iria evoluir na carreira se tivesse uma pessoa para me ajudar.
Mais tarde me toquei: eu não buscava por conhecimento; eu buscava por validação e conforto.
Eu queria alguém que me dissesse se eu estava fazendo as coisas do jeito certo — E existe um abismo entre a teoria e o que é possível fazer na prática.
Então, tudo bem se eu não conseguisse seguir os processos exatamente como especialistas pregavam ou como estavam escritos nos livros. Ninguém iria me multar ou tirar minha carteirinha de designer.
No fim, o que importava pros outros era o resultado que eu entregava; e o que importava pra mim, era o quanto eu tinha aprendido.
É claro que mentorias ajudam e são importantes, mas, no final, ninguém vai evoluir por você.
“Quando o aluno está pronto o mestre aparece.
Quando o aluno está verdadeiramente pronto o mestre desaparece.”
— Lao Tsé
2. Eu teria trabalhado mais em conjunto
Pra além dos workshops, brainstormings e “design critiques”: eu queria ter tido antes mais pares, mais trocas e mais conversas.
Levou um tempo para eu sentar ao lado de outras pessoas — desenvolvedores, gestores, lideranças, e, claro, designers — não pra entender como iríamos tirar os projetos do papel; mas como eles pensavam, o que valorizavam, como eram seus processos e no que acreditavam.
Colaborar pra mim, hoje, é muito mais do que estar juntos em uma reunião por uma hora. Colaborar é entender de verdade como meus pares trabalham e o que importa pra eles.
Não adianta fazer só a minha parte. O sucesso só é alcançado quando chegamos todos juntos. E isso torna tudo mais fácil depois.
3. Eu não teria tido tanta pressa
Eu sempre fui muito paciente (talvez até demais). Mas, houve uma época em que estava próximo de pessoas muito melhores que eu.
Olhava as redes e via meus colegas sendo promovidos e, além da alegria, também vinha uma sensação de estar sendo passado pra trás. De não estar fazendo o bastante. “Eu preciso ser melhor” — pensava.
Lembro de uma conversa que foi um “momento canônico” na minha carreira:
Cheguei ao Renato Contaifer — o mais próximo que tive de um mentor/professor — e falei “quero chegar nesse nível nos próximos 6 meses”.
Ele respondeu: “Por que essa pressa?”
Ai.
Não tinha motivo. Eu não tava aproveitando o processo; eu só queria “crescer”. Mas crescimento não acontece assim.
Depois daquela curta conversa eu repensei muito do que eu queria pra minha carreira e que eu não estava em uma corrida.
Passei a ser mais observador, mais consciente, mais intencional.
Tenho isso tangibilizado na minha parede em um quadro que ganhei de presente da equipe do Startaê (e feito pelo
) que diz:“Stay hungry. Stay foolish.”
E você, tem algo que faria diferente? Conta pra mim :)
Até segunda,
Rafael Frota.
O Baralho de Vieses ensina na prática a decifrar pessoas →
[Patrocinado] A mente humana é um grande mistério, mas, pouco a pouco, os caminhos são desvendados. Como? Com o Baralho de Vieses. Ele mostra na prática como as pessoas funcionam e chega com condições especiais no lançamento, com frete grátis para todo o Brasil.
Parabéns pelo artigo, Rafa! Excelentes reflexões. Me vi em muitos momentos do texto.
Olha, agora em 2024 fez 27 que trabalho com design, claro que no começo eu era arte-finalista e nem sabia o que era design direito.
em 2009, já atuando com Analista Web, eu deveria ter seguido a onda com o Fabrício Teixeira e o Edu Agni que já estavam produzindo conteúdo sobre UX naquela época e migrado para UI/UX, mas não, continuei trabalhando com design/marketing, achei naquele momento que eu iria para a área de gestão em marketing e descobri tardiamente que eu não gostava disso.
Bom, águas passadas, ficam os aprendizados.
Como sempre, excelente artigo Rafa