No trabalho, assim como na vida, é bem comum sentir que não nos valorizam.
Esse sentimento vem tanto de coisas internas (preocupações, ansiedade, desmotivação) quanto de coisas externas (as pessoas, a empresa, o “mercado”).
A nossa tendência quando algo não vai bem é conveniente1: culpar os outros. E, sim; em muitos casos eles têm culpa. O problema é sempre tirarmos o nosso da reta.
Nem tudo é desvalorização. Também temos nossa parcela de responsabilidade:
Não é que ninguém liga — talvez você reclama e não traz iniciativas.
Não é que ninguém engaja — talvez você se isola em vez de fazer junto.
Não é que te ignoram — talvez você não deixou claro o plano de ação.
Não é que gostam de te interromper — talvez não saibam o que você quer delas.
Não é que está tudo errado — talvez você ache que precisa atuar em todo feedback.
Não é que você não merece um lugar à mesa — talvez você brigue por coisas bobas.
Perceba o uso do talvez em todas as frases. Não é; talvez seja.
Só vamos saber se pararmos pra pensar. E só vamos comprovar se tentarmos diferente.
Pense: “Será que foi isso?”
Pergunte: “O que você acha?”2
Planeje: “Vou tentar fazer dessa forma…”
Execute: “Queria propor algo…”
Dá próxima vez que sentir que algo está errado, olhe em volta — mas olhe pra si também.
Notas
Viés da autoconveniência. Wikipédia
Pergunte de preferência pra (1) alguém de confiança e (2) que presenciou o mesmo evento. Peça total sinceridade pra tentar ter uma visão mais panorâmica.